João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes é o nome do homenageado. Paixão Côrtes é um personagem decisivo da cultura gaúcha e do movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, do qual foi um dos formuladores, juntamente com Luiz Carlos Barbosa Lessa. Juntos, partiram para a pesquisa de campo, viajando pelo interior, para recuperar traços da cultura do Rio Grande. Em 1948 organizou e fundou o "CTG 35" e, em 1953, fundou o pioneiro "Conjunto Folclórico Tropeiros da Tradição".
Criado no campo, incentivado pelos pais a manter viva a tradição gaúcha, Paixão Côrtes foi além. Fez do incentivo um início para tudo, que o levou até onde está hoje: consagrado. Um exemplo de vencedor.
Nascido em Santana do Livramento, foi a Porto Alegre para estudar. Como um típico guri interiorano sentiu-se perdido em meio a tantas pessoas igualmente diferentes dele. "Guris da cidade". Não teve momentos tão fáceis no novo ambiente, e foi na mesma época em que perdeu seu pai. Mas vem a deslanchar a partir de 1947, quando se junta com amigos igualmente interioranos e saudosos da vida agauchada (entre os quais Lessa) e com eles literalmente inventa uma tradição: a de fazer vigília de um fogo tirado à Pira da Pátria, que arderá dali por diante pela imaginária, afetuosa, desejada "pátria" sul-rio-grandense.
Paixão Côrtes e Barbosa Lessa começam uma pesquisa de campo em busca do resgate da cultura popular local eventualmente sobrevivente à avalancha da cultura norte-americana (Segunda Guerra Mundial, EUA vencedor difunde sua cultura nas neocolônias). Começava uma incessante luta por salvar o passado, a tradição.
Paixão Côrtes não se limitou a isso. Serviu de modelo para a estátua do Laçador (símbolo de Porto Alegre, símbolo gaúcho) e foi garoto-propaganda televisivo, nos primórdios do veículo, vestido à gaúcha quando isso era ainda uma esquisitice. Organizou CTG, liderou grupos de dança, fez e aconteceu. Poderia ter estacionado. Só que não foi bem assim que aconteceu.
Poderia ter sido mais um a parar e curtir as conquistas da sua vida gloriosa até ali. Mas não: continua aí, tão atuante como no início. Criticando o que acredita estar errado no tradicionalismo atual, cantando seu amor ao Pampa, resgatando cada vez mais nosso passado glorioso, tornando tudo mais apaixonante.
Paixão Côrtes: o verdadeiro símbolo da querência, da tradição, da paixão à Província de São Pedro. Um apaixonado. A representação que nós, gaúchos, precisamos. Está completando, hoje, 80 anos de vida, e quem ganha com isso somos nós.
Obrigada por tudo, Paixão Côrtes.
2 comentários:
caraaaaaaaaaaa
incrivel esse cara!!!
eu nunca poderia imaginar a importancia, o valor dele...
magina...
graças a ele o povo gaucho eh, na minha opiniao, o MAIS ORGULHOSO de todos!
''sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra''
o/
PARA ANITAH:
ANTES QUE NADA FELICITARTE, A PESAR DE TU CORTA EDAD, LE CONFIERES TIEMPO Y LUGAR A LAS TRADICIONES. LO EXPRESADO EN ESTE ARTÍCULO, HACE QUE REMEMORE MI NIÑEZ, LO QUE PUDE VER EN ESA INCREÍBLE FRONTERA, TAN AJENA AL LUGAR DONDE VIVO.
UN ABRAZO DE XAVIER
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