Tragédia tira parte do brilho dourado

Em meio a tantas medalhas de ouro que o Brasil vem conquistando, ocorre um acidente terrivelmente chocante: um avião da Tam, vindo de Porto Alegre, ao chegar no Aeroporto de Congonhas (São Paulo) não consegue pousar, atravessa duas avenidas e explode contra um prédio da própria companhia. As mortes chegarão a, no mínimo, duzentas vítimas.

Nada mais tirará a dor das famílias envolvidas, mas quantas tragédias assim ainda terão que acontecer para que as ‘autoridades’ parem com esse empurra-empurra, jogando o problema sempre nas mãos de outros? Há menos de um ano presenciamos um grave acidente que ainda nem foi esclarecido e já temos o baque de outro!

É decepcionante, em meio a um evento tão importante como os Jogos Pan-americanos, que precisemos sentir esse sentimento ruim. Uma angústia que não passa, uma dor que nos atinge, uma impotência que revolta.

Sorte dos que não estão diretamente envolvidos com essa dor interminável de ter perdido um familiar, parente, amigo, conhecido. Aos que perderam, resta-lhes nosso amparo, nossa empatia, nossa solidariedade.

Espera-se que as autoridades competentes nos esclareçam os fatos, que tomem as providências. Centenas de vidas perdidas por negligência.

Os atletas prestam solidariedade: realizam um minuto de silêncio, complementam os uniformes com uma tarja preta, as bandeiras encontram-se a meio pau. Só que a perda dessas vidas não é algo reversível... é irremediável.

Hoje o dia foi de sete medalhas para o Brasil, três delas de ouro. Mas acredito que os que tem um pingo de sentimento no coração sentem-se incompletos mesmo diante destes feitos fascinantes. Como podemos manter o pensamento só em medalhas quando a família de 200 pessoas está sentindo uma dor inesgotável?

Apesar de todo o brilho de hoje o dia está cinza...


Luto.





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